Você sabia que existe uma Rota do chá no Brasil? Estamos indo para a 5ª edição e a cada ano a rota fica mais linda, organizada e emocionante.
A rota do chá em Registro foi idealizada pelas maravilhosas Yuri Hayashi, da Escola de Chá Embahu e a Renata Acácia da Infusorina. Afim de valorizar nossa cultura e história que já foi tão rica em tempos de outrora.
Registro é uma cidade localizada no estado de São Paulo. E para quem não sabe é considerada a capital do Chá no Brasil. No seu apogeu funcionavam 45 fábricas de chá na região. Era produzido principalmente chá preto, que era exportado para países da América Latina, Europa e América do Norte. Algumas adversidades, como: a troca da moeda no Plano Collor, a não adequação aos novos padrões de qualidade, além da falta de tecnologia e modernização, fez com que muitas fábricas quebrassem, restando hoje somente três famílias. Amaya, Shimada e Yamamaru. A Rota busca incentivar e valorizar o chá brasileira, para que esse trabalho cresça novamente e conquiste novas gerações.
Tive o prazer de viver a 4ª Edição, que contemplou três dias. Cada dia visitamos uma família/fazenda de chá. Cada uma com suas características, modo de produção, escolha de manejo e história de superação.
No primeiro dia tivemos o privilégio de assistir uma cerimônia do chá no Templo Budista Hongwanji, uma joia da Cidade. E visitamos os incríveis chazais da família Amaya, que nos preparou uma linda surpresa. Eles prepararam um canteiro e mudas de chá, para que cada participante pudesse deixar ali sua marca e um pouco da paixão pela Camellia Sinensis. Para a maioria, era a primeira vez que plantavam uma muda de chá, foi realmente mágico
No segundo dia, fomos recebidos pela família Yamamaru, com muito carinho e afeto. E foi lindo ver que esse mesmo carinho é dedicado ao chazal e principalmente à floresta que o cerca. Eles optaram por um sistema agroflorestal, onde preservaram ao máximo a mata atlântica. Lá realizamos uma linda colheita manual, acompanhados de amigos, professores e principalmente dos sons, cheiros e clima agradável que só a floresta pode proporcionar. Em seguida, um almoço feito com alimentos orgânicos recém colhidos, preparados pela Associação nippo brasileira do Bairro Raposa e região com tanto esmero, que era impossível não estar divino. Depois tivemos a oportunidade de processar nosso chá no método japonês.
No terceiro dia, foi o dia de finalmente encontrar com a incrível Ume Shimada, uma senhora de 92 anos que foi a responsável por reavivar o chazal da família. E que assim como eu, ama o café e o chá. A família Shimada produz um incrível chá preto no estilo ortodoxo com manejo orgânico, um chá que sou apaixonada desde que fiz meu primeiro curso na Loja do Chá com Carla Saueressig.
Foram três dias intensos e para tornar tudo ainda mais emocionante e divertido, esse ano as organizadoras fizeram gincanas e equipes, o que resultou em muitas risadas, brincadeiras, gritos de guerra e histórias para contar.
E se você, assim como eu ama chá, não perca a próxima rota do chá em registro. Fiquem ligados nos perfis da Infusorina e da Escola de Chá Embahu.
Tea hunter
Sarah Anne